Pacientes renais crônicos assistidos pelo Estado de Roraima se reuniram com a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (ALE-RR) nesta quarta-feira (19) para apresentar denúncias sobre o atendimento na Clínica Renal, que presta serviços ao governo estadual. As queixas incluem a falta de especialistas, serviços essenciais, má qualidade na alimentação, e ameaças de paralisação dos atendimentos devido ao atraso no pagamento de funcionários e a constante falta de repasses de recursos por parte do governo. Atualmente, a clínica atende mais de 370 pacientes renais.
Durante a reunião, pacientes como Valéria Pinto, que faz hemodiálise há três anos, relataram dificuldades em acessar serviços essenciais, como visitas domiciliares de nefrologistas, exames e o acompanhamento adequado por nutricionistas e assistentes sociais. O médico responsável pela clínica, Kalil Coelho, destacou que o local enfrenta uma crise financeira com débitos acumulados, o que tem impactado diretamente a qualidade do atendimento e a continuidade dos serviços. Ele também alertou para o risco de paralisação das atividades devido à escassez de recursos e a dificuldade de reposição de insumos.
Em resposta às denúncias, os deputados da Comissão de Saúde se comprometeram a investigar as alegações de forma intensiva. O presidente da comissão, deputado Dr. Claudio Cirurgião, criticou a gestão da saúde no Estado, apontando que o governo tem adotado práticas que têm prejudicado o funcionamento da Clínica Renal e outras unidades de saúde. O promotor de Justiça de Defesa da Saúde, Igor Naves, também se comprometeu a fiscalizar a situação, reforçando a importância da transparência na administração pública.
Os deputados repudiaram a instabilidade na saúde pública de Roraima, com denúncias de corrupção e omissão por parte da gestão estadual, o que, segundo eles, tem colocado em risco a vida de pacientes renais e outros cidadãos. A situação financeira da clínica e o impacto nos funcionários também foram discutidos, com destaque para a iminente paralisação dos trabalhadores devido ao não pagamento de salários, apesar do pagamento recente de uma parte da dívida do governo com a instituição.
