Pesquisadores do King’s College London, na Inglaterra, anunciaram a descoberta de um tratamento inovador para crises graves de asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Um estudo clínico revelou que uma injeção de anticorpos chamada benralizumabe, administrada durante crises, foi mais eficaz que os tratamentos tradicionais com esteroides. O uso do benralizumabe reduziu em 30% a necessidade de tratamentos adicionais e diminuiu as chances de internação após uma crise. Os resultados foram publicados na revista The Lancet Respiratory Medicine na última quarta-feira (27/11). Se aprovado, este tratamento poderia se tornar o primeiro em 50 anos a oferecer uma alternativa real ao tratamento de crises respiratórias intensas.
Atualmente, as crises de asma e DPOC são tratadas com esteroides como a prednisolona, mas esses medicamentos podem causar efeitos colaterais graves, como diabetes e osteoporose, além de falhas no tratamento, o que aumenta os riscos de complicações. O benralizumabe, um anticorpo monoclonal já aprovado para asma grave, demonstrou em novos testes que doses únicas mais altas durante as crises respiratórias podem reduzir a necessidade de tratamentos repetidos e diminuir a hospitalização, além de melhorar os sintomas respiratórios.
O estudo envolveu 158 pacientes com alto risco de crises, divididos em três grupos que receberam o benralizumabe, um placebo, ou o tratamento padrão com prednisolona. Após 28 dias, os sintomas respiratórios melhoraram significativamente com o benralizumabe. Além disso, após 90 dias, a taxa de falha do tratamento com esteroides foi de 74%, enquanto com a nova terapia, esse número caiu para 45%. Pacientes tratados com o novo medicamento tiveram menor risco de internação, necessidade de novos tratamentos ou complicações fatais.
