Gerlane Baccarin, esposa do senador Hiran Gonçalves (PP), decidiu intensificar sua atuação política na reta final da campanha eleitoral, lançando uma série de acusações contra Arthur Henrique (MDB), candidato à reeleição e concorrente de Catarina Guerra (União), a candidata de seu grupo político (associado à maternidade e escolas de lona).
Enquanto Catarina, Denarium e outros políticos ligados a esse grupo se concentram em ataques e difamações, sem apresentar propostas concretas, há uma tentativa de desviar a atenção da atual gestão governamental, que enfrenta críticas pela sua performance e por não atender adequadamente às necessidades da população de Roraima. A crítica se estende especialmente a Gerlane e seu esposo, que, além de não conhecer Boa Vista, têm sido acusados de direcionar emendas para São Paulo.
É relevante destacar que Gerlane ocupou cargos de alto escalão no Governo de Denarium e atualmente recebe um salário de R$ 30 mil. Em 2021, ela foi obrigada a devolver R$ 114 mil aos cofres públicos, valores recebidos de forma irregular durante quase dois anos. O Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma investigação, que posteriormente foi transferida para o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR). Em dezembro de 2020, o MPRR levou o caso à Justiça local, apresentando uma denúncia contra ela.
Para evitar a continuidade da ação por improbidade administrativa, Gerlane firmou um acordo com o MPRR, que foi homologado pelo juiz Luiz Alberto de Morais Júnior.
Entenda o Caso
Gerlane, servidora efetiva do governo, foi cedida para o Ministério da Saúde, onde atuava como Secretária de Gestão Estratégica e Participativa. O MPRR apurou que, entre janeiro de 2017 e setembro de 2018, ela recebeu salários de ambas as funções, totalizando R$ 114.060,73 durante 20 meses. No cargo estadual, seu salário era de R$ 4.362,05, enquanto a remuneração na função federal não foi especificada.
O órgão acusador alegou que Gerlane optou por receber integralmente o salário do Ministério da Saúde, o que a tornava inapta a receber salários do Governo Estadual simultaneamente. Na época das investigações, Gerlane estava concorrendo às eleições para a Prefeitura de Boa Vista e negou as acusações.
Durante as negociações com o MPRR, Gerlane reconheceu os pagamentos irregulares e comprometeu-se a devolver os valores recebidos indevidamente.
Posicionamentos
A defesa de Gerlane afirmou que houve um erro administrativo por parte do governo estadual e que, assim que a servidora identificou o equívoco, agiu de boa-fé e devolveu o dinheiro. “Nunca houve condenação sobre o fato, uma vez que o erro foi da administração”, disse a defesa, sem esclarecer a duração dos pagamentos indevidos.
O Governo de Roraima alegou que Gerlane foi vítima de um erro na folha de pagamento, que já foi corrigido com a devolução dos valores.