O primeiro Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI Xapori Yanomami) do Brasil começou a funcionar no Território Yanomami, em Roraima, garantindo atendimento imediato a casos agudos e graves dentro do próprio território. A unidade, inaugurada com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, beneficiará cerca de 40 mil indígenas de 60 comunidades e recebeu investimento federal de aproximadamente R$ 29 milhões.
O projeto é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério da Saúde, a Central Única das Favelas (CUFA) e a organização Target Ruediger Nehberg Brasil, com apoio do Exército, da Conab, do Ministério da Defesa e do Ministério de Minas e Energia. O novo centro reforça a infraestrutura e eleva a qualidade do atendimento, oferecendo suporte em emergências, cuidados continuados e respeitando as especificidades culturais e epidemiológicas das comunidades indígenas.
Com mais de 1.300 m², o centro possui três blocos principais: área de alojamento para profissionais, espaço para atendimentos e refeitório. Conta com equipamentos modernos, como raio-x, ultrassonografia, exames laboratoriais, doppler fetal, eletrocardiograma, suporte para oxigenoterapia e sistemas sustentáveis de energia e água. A expectativa é que a unidade aumente a resolutividade, reduza deslocamentos complexos para centros urbanos e contribua para a diminuição de óbitos e doenças no território Yanomami.
Dados preliminares mostram queda de 33% nos óbitos gerais, 45% em doenças respiratórias, 65% por malária e 74% por desnutrição nos últimos dois anos, resultado do aumento de profissionais de saúde e investimentos em infraestrutura. Atualmente, o DSEI Yanomami conta com 37 polos em pleno funcionamento e mais de 1.855 profissionais atuando no território. Desde o início da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional, cerca de R$ 256 milhões foram investidos na recuperação e melhoria da saúde indígena.