A Prefeitura de Boa Vista realizou o Workshop de Construções Sustentáveis, no salão nobre da Reitoria da Universidade Federal de Roraima (UFRR). A iniciativa reuniu profissionais da construção civil, autoridades públicas, especialistas e acadêmicos para debater soluções inovadoras e práticas ambientalmente responsáveis para o setor.
Durante o evento, o secretário municipal de Meio Ambiente, Sandro Barbot, destacou o potencial da capital para se consolidar como referência em urbanismo sustentável. “Boa Vista já se diferencia pelo planejamento urbano, com ruas largas, arborizadas e bem estruturadas. Nosso objetivo é incentivar estudantes e profissionais da área a buscarem certificações e adotarem práticas sustentáveis em seus projetos”, afirmou.
O workshop contou com palestra do CEO do Green Building Council Brasil (GBC Brasil), Felipe Augusto Faria, representante nacional do selo internacional LEED — uma das principais certificações globais em construções sustentáveis. O especialista apresentou estratégias que podem tornar obras mais eficientes e menos impactantes ao meio ambiente.
Segundo Felipe, 85% dos custos de uma edificação estão relacionados à operação e manutenção, enquanto apenas 15% correspondem à fase de construção. “Investir em eficiência energética e no uso racional da água não só gera economia, como também proporciona conforto térmico, acústico e luminoso aos usuários”, explicou.
Ele alertou ainda para a necessidade de preparar os empreendimentos para eventos climáticos extremos, como enchentes e ondas de calor, cada vez mais frequentes. “Apesar dos desafios, o Brasil é o 5º país com mais construções certificadas no mundo, com cerca de 3 mil projetos e 70 milhões de metros quadrados. Isso mostra que há um mercado promissor para profissionais que apostam em soluções sustentáveis”, ressaltou.
Para Felipe, Boa Vista tem todas as condições para avançar nesse caminho. “A cidade já possui boas práticas e pode evoluir ainda mais com o uso de certificações como o LEED. Investir em eficiência energética é mais rápido e menos oneroso do que ampliar a produção de energia”, reforçou.