À medida que se aproxima o pleito presidencial marcado para o próximo domingo, 28 de julho, na Venezuela, as pesquisas eleitorais revelam um cenário de opiniões divididas. Enquanto alguns levantamentos indicam uma vantagem significativa para o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, outros apontam uma possível reeleição do atual presidente Nicolás Maduro, com margens confortáveis.
Institutos renomados como Datincorp, Delphos e Meganálisis estão entre os que preveem a vitória de Edmundo, apoiado pela Mesa da Unidade Democrática (MUD) e respaldado por figuras como María Corina Machado, considerada favorita na oposição, apesar de ter sua candidatura vetada por decisões judiciais.
Por outro lado, pesquisas conduzidas pelo Centro de Medição e Interpretação de Dados Estatísticos (Cmide), Hinterlaces e Internacional Consulting Services (ICS) sinalizam a probabilidade de um terceiro mandato para Nicolás Maduro, conforme reportado pela Telesur, veículo estatal venezuelano.
Desafios e Críticas às Pesquisas Eleitorais
Historicamente, as pesquisas eleitorais na Venezuela têm sido objeto de críticas por sua tendência a superestimar o apoio à oposição, desde os anos iniciais do chavismo até os dias atuais, como observado pelo sociólogo e economista político Luis Salas.
Carmen Beatriz Fernández, diretora da DataStrategia, destacou em suas redes sociais as falhas metodológicas e a manipulação das pesquisas como fatores que comprometem a confiabilidade dos resultados eleitorais no país.
Francisco Rodriguez, professor da Universidade de Denver, reforçou a falta de precisão histórica das pesquisas venezuelanas, apontando para um histórico de sobrevalorização do voto opositor por diversos institutos.
Contexto Eleitoral e Econômico
A Venezuela, detentora das maiores reservas de petróleo comprovadas do mundo, enfrenta uma conjuntura desafiadora com a eleição que se aproxima. Com aproximadamente 21 milhões de eleitores aptos a votar, o país sul-americano busca definir seu próximo líder, que governará de 2025 a 2031.
Desde 2017, a oposição tem oscilado entre a participação e o boicote às eleições nacionais, em um contexto de bloqueio econômico e comercial por parte de diversas potências internacionais, incluindo os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia.
A economia venezuelana enfrentou uma grave crise, com hiperinflação e uma significativa perda de PIB, resultando na migração de milhões de cidadãos. Embora tenha mostrado sinais de recuperação econômica recente, os desafios sociais e econômicos continuam a ser uma preocupação crucial para os eleitores venezuelanos.
Perspectivas para o Futuro Pós-Eleitoral
Com um embargo econômico flexibilizado desde 2022 e um acordo entre governo e oposição para estas eleições, surgem incertezas sobre o futuro imediato do país após o resultado das urnas. Denúncias de prisões de opositores e discordâncias sobre a aceitação dos resultados eleitorais aumentam as tensões pré-eleitorais.